sexta-feira, 4 de julho de 2025

Portugal & 25 de Abril - ‘E ASSIM MURCHARAM OS CRAVOS’, de MAX Wery - Lisboa 1994 - MUITO RARO;





Portugal & 25 de Abril - O autor, membro do corpo diplomático da Bélgica em Lisboa, acompanhou o final do regime do Estado Novo e a revolução do MFA, a instituição do regime democrático, a descolonização e o PREC, do 11 de Março ao 25 de Novembro, e o final do período revolucionário 


‘E ASSIM MURCHARAM OS CRAVOS’ 
De MAX Wery 
Prefácio de José Medeiros Ferreira 
Edição Editorial FRAGMENTOS 
Lisboa 1994 


Livro com 286 páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente. 
De muito difícil localização. 
MUITO RARO.


Da contracapa: 
“O retrato de Max Wery traça da sociedade portuguesa da altura acaba por ser um dos mais objectivos que se conhece  e esse não é dos menores serviços que o seu testemunho presta aos portugueses ainda hoje perturbados com subjectivismos vários sobre a história recente.

…destaco o retrato que Max Wery traçou da sociedade marcelista e da elite portuguesa da época fechada sobre si própria, tão segura do seu futuro quanto ignorante da evolução internacional e da mudança de valores sociais mesmo nos países mais próximos. 

Este testemunho sobre o Portugal marcelista, sobre o Portugal revolucionário e sobre Portugal constitucional é precioso por ser raro e imparcial.“ 
Do PREFÁCIO: - José Medeiros Ferreira 


OS MILITARES E A COMUNICAÇÃO SOCIAL INTERNACIONAL NA GUINÉ 
Como manipular uma equipa de televisão alemã: 
“Gostaria aqui de contar uma anedota, que decerto não tem nada a ver com o fundo do problema, mas a que não falta sabor, porque teve a Guiné-Bissau por cenário e dois oficiais portugueses, muito bem conhecidos actualmente, como actores.
Foi-me contada, e é uma anedota realmente engraçada.
Em Janeiro de 1971, uma equipa da ZDF, estação alemã de televisão, deslocou-se à Guiné-Bissau para efectuar uma reportagem sobre a situação militar no território e procurar adversários do Presidente da Guiné (ex-francesa), Sekou Touré, que tinham, dizia-se, invadido a Guiné Conakry, em estreita colaboração e mesmo na companhia de tropas portuguesas. O general Spínola negou energicamente, é claro, a participação de tropas portuguesas na invasão, que tinha sido forjada de uma ponta à outra pelo presidente guineense, ávido de publicidade, mas desprovido de sensatez. O general acrescentou, com bastante imprudência, julgar saber que alguns rebeldes guineenses se tinham refugiado no Senegal, na região fronteiriça com a Guiné-Bissau. Tenazes, os repórteres alemães insistiram no sentido de contactar com esses rebeldes na fronteira senegalesa. O general Spínola acedeu aos seus desejos e mandou organizar um cenário digno de filme de cinema. Dois oficiais portugueses foram encarregados da encenação. Um, era o capitão Ramalho Eanes, na altura chefe da secção de Radiodifusão e Imprensa na Guiné, o outro, o capitão Otelo Saraiva de Carvalho, oficial adstrito à subsecção das operações na Guiné. Autênticos refugiados da Guiné%Conackry foram disfarçados de gendarmes, com o uniforme deste país, e conduzidos a cabanas situadas em Nhacra, a 60 quilómetros apenas da cidade de Bissau. 
O capitão Otelo Saraiva de Carvalho conduziu a equipa alemã através das dunas de areia e da savana, o passeio durou duas horas e meia e dava a impressão, embora na realidade andassem às voltas, que se seguia a direção da fronteira. A dado momento, a equipa desembocou numa clareira, onde a aguardava o capitão Ramalho Eanes, acompanhado de um guarda local encarregado de fazer passar sub-repticiamente a caravana para lá da fronteira. A equipa alemã nunca suspeitou da trapaça, o seu chefe teve a entrevista que desejava com os refugiados guineenses, um dos quais, cúmulo da cortesia, falava alemão. Efectuou a reportagem, convencida de se encontrar  em terra senegalesa, quando estava apenas  a algumas horas de Bissau. Só mais tarde os repórteres alemães souberam da mistificação de que tinham sido objecto. O capitão Ramalho Eanes, já sério e discreto, e o capitão Otelo Saraiva de Carvalho, mais jovial e expansivo, revelaram-se, na ocasião, excelentes técnicos de Acção psicológica. Alguns anos mais tarde, tiveram oportunidade de confirmar os seus talentos.“
Extractos da pág. 189/190. 


Sobre o Autor: 
“Antigo resistente na 2ª Guerra, após a libertação da Bélgica Max Wery ocupará, com dois colegas, o edifício do Ministério dos Assuntos Exteriores, na rue de la Loi, em Bruxelas, em 3 de Setembro de 1945. Antes estivera nesse Ministério de 1936 a 1940, tendo pertencido ao gabinete do ministro socialista Paul-Henri Spaak. No final da carreira, a colocação em Lisboa afigurava-se o prenúncio de uma reforma tranquila. Mas, subitamente, uma revolução eclode em Lisboa. Max Wery acompanha-a de perto, ou tão perto quanto as circunstâncias do tempo – e a sua qualidade de representante diplomático de um país estrangeiro – deixaram. O seu livro estende-se pelo período revolucionário e vai mais adiante, até à presidência de Ramalho Eanes e aos primeiros passos da adesão às Comunidades.” 
malomil blogspot 



Do ÍNDICE: 

PREFÁCIO 
PRÓLOGO 

Primeira Parte - DOS CAVALEIROS CRUZADOS DE 1147 AOS CAPITÃES DE ABRIL 
Capítulo I. - “AULTRE N’AURAY…” - Filipe, o Bom 

Capítulo II. - “LISBOA, BELA CIDADE PORTUGUESA…”
- “Nous aultres, portugois”, Carlos, o Temerário 

Capítulo III. - VISITAS PROTOCOLARES 
- O Presidente da República 
- Marcelo Caetano 
- O Dr. Salazar 
- O Cardeal-Patriarca de Lisboa 

Capítulo IV. - O CORPO DIPLOMÁTICO 
- Alguns aspectos da vida social 
- A colónia belga 
- As oposições ao regime 

Capítulo V. - “E SE MAIS MUNDO HOUVERA…” - Camões 

Capítulo VI. - OS ÚLTIMOS MESES DO GOVERNO DE MARCELLO CAETANO 
- O Movimento dos Capitães 

Segunda Parte - A REVOLUÇÃO 
Capítulo VII. - O DIA D: 25 DE ABRIL DE 1974 

Capítulo VIII. - A PRESIDÊNCIA DO GENERAL ANTÓNIO SPÍNOLA 
- I Governo Provisório (Adelino da Palma Carlos) 
- II Governo Provisório (General Vasco Gonçalves) 

Capítulo IX. - A PRESIDÊNCIA DO GENERAL FRANCISCO COSTA GOMES 
- III Governo Provisório (General Vasco Gonçalves) 
- Golpe de Estado de 11 de Março de 1975 
- IV Governo Provisório (General Vasco Gonçalves) 
- A Assembleia Constituinte 

Capítulo X. - A PRESIDÊNCIA DO GENERAL COSTA GOMES (continuação);
- O Verão Quente 
- V Governo Provisório (General Vasco Gonçalves) 
- VI Governo Provisório (Almirante Pinheiro de Azevedo) 
- A insurreição de 25 de Novembro de 1975 

Capítulo XI. - A DESCOLONIZAÇÃO 

Capítulo XII. - A CONSTITUIÇÃO 
- Assembleia da República 
- A eleição do Presidente da República 
- Os problemas da actualidade 

Terceira Parte - O PERÍODO DE TRANSIÇÃO (1976-1980) - A Presidência do General Ramalho Eanes 
Capítulo XIII. - PARTIDOS E PERFIS POLÍTICOS 
- O Partido Comunista (PCP) 
- O Partido Socialista (PS) 
- O Partido Popular Democrático / Partido Social Democrata (PPD/PSD) 
- O Centro Democrático Social (CDS) 

Capítulo XIV. - POLÍTICA INTERNA - 1 
- I Governo Constitucional (Mário Soares) 
- II Governo Constitucional (Mário Soares) 
- III Governo Constitucional (Nobre da Costa) 
- IV Governo Constitucional (Mota Pinto) 
- V Governo Constitucional (Maria de Lurdes Pintasilgo) 

Capítulo XV. - POLÍTICA INTERNA (cont.) - Eleição para a Assembleia ‘intercalar’ da Assembleia da República 
- VI Governo Constitucional (Francisco Sá Carneiro);
- A segunda Assembleia da República 
- Reeleição do General Ramalho Eanes 
- Trágico fim de Sá Carneiro 
- VII Governo Constitucional (Francisco Pinto Balsemão) 

Capítulo XVI. - POLÍTICA EXTERNA 
- Análise das negociações entre Portugal e a Comunidade Económica Europeia 
Capítulo XVII. - À GUISA DE CONCLUSÃO 

Bibliografia 


Preço: 37,50€; 

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