Portugal & Descolonização - Qual foi o papel desempenhado pelo MFA e como o desempenhou no processo descolonizador de Moçambique nos anos de 1974/75 na entrega do poder unicamente à FRELIMO, após a detenção dos opositores a que se seguiu uma trágica guerra civil até ao Acordo Geral de Roma, de 4 de Outubro de 1992
‘O MFA EM MOÇAMBIQUE - Do 25 de Abril à independência’
De Aniceto Afonso
Edição Colibri
Lisboa 2019
Livro com 410 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente.
Da contracapa:
“O MFA em Moçambique iniciou a sua actividade logo em 26 de Abril com uma carta enviada às Comissões Regionais encimado pela letra da canção ‘Grândola Vila Morena’, que dava informações sobre a situação em Lisboa, tecia louvores ao golpe de estado e augurava o encontro de soluções para os problemas de Moçambique. Ficava, assim, no vago, sem avançar com qualquer ideia, evitando o risco de ser logo rejeitada e que acabasse por dividir os homens do Movimento.
A primeira reunião do MFA foi na Messe de Nampula, no dia 27 de Abril, e correu mal. Pela simples razão de que os homens do MFA não tinham respostas para as perguntas pertinentes que foram colocadas.
Cabe aqui dizer ainda que o MFA em Moçambique não assumiu nenhuma prova de força que lhe conferisse o poder indispensável para intervir na ordem das coisas. Não impôs a demissão de ninguém, não avançou com um programa de medidas imediatas, limitando-se a pôr questões para Lisboa e esperar que viessem as respostas. Que não vieram, ou que vieram já muito tarde. As suas circunstâncias não lhe permitiram essa ousadia.
A revolução ainda nem começou, insistia o João.“
Da badana:
“Passam agora 45 anos dos factos que relato neste livro. Falo de uma experiência que a poucos foi dado viver. Como membro do MFA, neste caso de Moçambique, tive o privilégio de participar num processo intenso e delicado, acompanhando a transferência da soberania de Portugal para o novo poder moçambicano, assumido pela FRELIMO. Foi uma oportunidade que não quis deixar de viver, quando talvez tivesse sido mais fácil regressar a Portugal e participar num outro processo, também intenso, no meu país.
Não me pareceu, contudo, adequado à minha condição de militar e membro do MFA furtar-me a uma situação que outros meus camaradas assumiam e mesmo iniciavam, ainda enviados de Portugal (…)
Terminámos inquietos, mas conscientes do nosso esforço, da nossa participação, esperançados de que, passada a tormenta, melhores dias viriam, e que as relações de Portugal e Moçambique, enquanto países iguais, seriam no futuro promissoras e fraternais.“
O Autor:
“ANICETO AFONSO
O autor é coronel do Exército, na situação de Reforma. Natural de Vinhais, fez comissões militares em Angola (1969-1971) e em Moçambique (1973-1975). Foi membro do Movimento dos Capitães em Moçambique e integrou a Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas neste território desde o 25 de Abril até à independência, em 25 de Junho de 1975.
Concluiu a licenciatura em História 1980 e o Mestrado em História Contemporânea de Portugal em 1990, na Faculdade de Letras de Lisboa. É sócio fundador da Associação 25 de Abril, membro da Comissão Portuguesa de História Militar e investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.
Tem publicado artigos e livros relacionados com a Grande Guerra e a Guerra Colonial, sendo de destacar uma memória sobre o período anterior ao 25 de Abril em Moçambique (‘O MEU AVÔ AFRICANO’, Lisboa, Casa das Letras, 2009) que estabelece ligação com livro que agora apresenta, ‘O MFA EM MOÇAMBIQUE - Do 25 de Abril à independência’.“
Do ÍNDICE:
Abertura
Nota do autor
PREFÁCIO, por Jorge Sales Golias (Coronel de Transmissões na Reforma)
1. - O João
2. - A revolução ainda nem começou
3. - Primeira carta às comissões regionais do MFA
4. - Nampula, primeira reunião
5. - A declaração da FRELIMO
6. - O Boletim de notícias da imprensa estrangeira
7. - O Governador-Geral
8. - O Programa do MFA
9. - Reunião com o general
10. - Primeira carta ao MFA de Lisboa
11. - Um membro da Junta de Salvação Nacional em Nampula !
12. - MFA e Forças Armadas
13. - Organização do MFA
14. - Os capitães e a questão colonial
15. - A divisão do MFA
16. - Uma reunião do Movimento
17. - Nova visita do general Costa Gomes
18. - Mensagem a todos os elementos do MFA
19. - Pontos a considerar
20. - Grupo de Trabalho Conjunto
21. - Os capitães
22. - Que fazer com este poder !
23. - O 25 de Abril e a guerra em Moçambique
24. - O que fazer com a DGS ?
25. - Continuar a guerra ?
26. - Libertação dos presos
27. - A situação em Moçambique
28. - Perplexidades !
29. - África do Sul e Rodésia
30. - Comissão Ad-Hoc para a comunicação social
31. - A guerra acabou ?
32. - O Coronel Meneses
33. - As nossas certezas
34. - MFA - mediador de conflitos
35. - Os empresários e as empresas
36. - À procura do inimigo
37. - Ainda a PIDE/DGS
38. - Estruturar o MFA
39. - O mundo do trabalho
40. - Os Democratas de Moçambique
41. - O MFA e os órgãos de informação
42. - À procura da paz
43. - Um Governo Provisório para Moçambique
44. - O MFA não pode descansar
45. - MFA, partido político ?
46. - Um boletim fora do tempo
47. - Debates em Nampula (1)
48. - Debates em Nampula (2)
49. - Uma agenda para Lisboa
50. - Moçambique - onde está o MFA ?
51. - Moçambique - o MFA democratiza-se
52. - A revolta da Companhia
53. - Reconhecer os direitos dos povos
54. - Acabou o tempo do silêncio
55. - As conversações com a FRELIMO
56. - Para ver se entendem
57. - Evitar o caos
58. - À procura do cessar-fogo !
59. - O único caminho
60. - Cessar-fogo, a grande questão
61. - Uma nota de Abertura
62. - O MFA na Força Aérea
63. - Folha de um diário
64. - Uma mensagem oportuna
65. - A justiça e a PIDE
66. - A última mensagem
67. - Uma conversa Lisboa-Lourenço Marques
68. - Análise da situação. Outra página do diário
69. - Esclarecer as populações
70. - Visita de uma delegação do MFA de Lisboa
71. - Podemos falar
72. - Contactos com a FRELIMO
73. - Omar, um caso triste
74. - A guarnição de Mueda pronuncia-se
75. - Informar Lisboa mais uma vez
76. - Um exemplo de agitação social
77. - Ponto de situação em Agosto
78. - O último plenário do MFA no Moçambique - colónia
79. - Conversas
80. - Ainda o Plenário de Nampula
81. - Na véspera das negociações
82. - Conversações de Lusaka - Comunicado do MFA
83. - Do 25 de Abril ao 7 de Setembro
84. - Um duro golpe
85. - Uma mensagem para à FRELIMO
86. - O Acordo de Lusaka
87. - Mensagem de Samora Machel
88. - Derrotar os golpistas
89. - A chegada da FRELIMO
90. - Na hora da decisão
91. - O Acordo de cessar-fogo
92. - Transportar a FRELIMO para o interior
93. - O regresso dos prisioneiros
94. - O Governo de Transição
95. - A Comissão Militar Mista
96. - Tropas locais
97. - MFA em Moçambique - extinção ou reestruturação ?
98. - O dilema do João
99. - Acompanhar a transição
100. - As directivas do Alto Comissário
101. - Grupo de trabalho do Alto Comissário
102. - Um novo MFA
103. - As directivas do MFA
104. - Esclarecer a população
105. - Militares regressam a Portugal
106. - Aquino de Bragança
107. - Os acontecimentos de 21 de Outubro
108. - Moçambique quer paz
109. - MFA - uma reflexão
110. - Novas directivas do MFA
111. - Um Documento
112. - Um Relatório de despedida
113. - Reunião do MFA em Lourenço Marques
114. - Um boletim do MFA em Moçambique ?
115. - Um plenário de três dias
116. - Implantação política da FRELIMO no sul
117. - Uma reunião de alto nível
118. - Funcionários públicos
119. - Continuação da PSP em Moçambique
120. - Pontos de situação final
121. - Reunião final do MFA de Moçambique
122. - O regresso do João
123. - O dia da independência
Índice Onomástico
Preço: 52,50€;
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