quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Portugal & Descolonização - ‘O MFA EM MOÇAMBIQUE - Do 25 de Abril à independência’, de Aniceto Afonso - Lisboa 2019;









Portugal & Descolonização - Qual foi o papel desempenhado pelo MFA e como o desempenhou no processo descolonizador de Moçambique nos anos de 1974/75 na entrega do poder unicamente à FRELIMO, após a detenção dos opositores a que se seguiu uma trágica guerra civil até ao Acordo Geral de Roma, de 4 de Outubro de 1992 


‘O MFA EM MOÇAMBIQUE - Do 25 de Abril à independência’ 
De Aniceto Afonso 
Edição Colibri 
Lisboa 2019 


Livro com 410 páginas, ilustrado e em muito bom estado de conservação. Novo. Excelente. 


Da contracapa: 
“O MFA em Moçambique iniciou a sua actividade logo em 26 de Abril com uma carta enviada às Comissões Regionais encimado pela letra da canção ‘Grândola Vila Morena’, que dava informações sobre a situação em Lisboa, tecia louvores ao golpe de estado e augurava o encontro de soluções para os problemas de Moçambique. Ficava, assim, no vago, sem avançar com qualquer ideia, evitando o risco de ser logo rejeitada e que acabasse por dividir os homens do Movimento. 

A primeira reunião do MFA foi na Messe de Nampula, no dia 27 de Abril, e correu mal. Pela simples razão de que os homens do MFA não tinham respostas para as perguntas pertinentes que foram colocadas. 

Cabe aqui dizer ainda que o MFA em Moçambique não assumiu nenhuma prova de força que lhe conferisse o poder indispensável para intervir na ordem das coisas. Não impôs a demissão de ninguém, não avançou com um programa de medidas imediatas, limitando-se a pôr questões para Lisboa e esperar que viessem as respostas. Que não vieram, ou que vieram já muito tarde. As suas circunstâncias não lhe permitiram essa ousadia. 

A revolução ainda nem começou, insistia o João.“ 


Da badana: 
“Passam agora 45 anos dos factos que relato neste livro. Falo de uma experiência que a poucos foi dado viver. Como membro do MFA, neste caso de Moçambique, tive o privilégio de participar num processo intenso e delicado, acompanhando a transferência da soberania de Portugal para o novo poder moçambicano, assumido pela FRELIMO. Foi uma oportunidade que não quis deixar de viver, quando talvez tivesse sido mais fácil regressar a Portugal e participar num outro processo, também intenso, no meu país.

Não me pareceu, contudo, adequado à minha condição de militar e membro do MFA furtar-me a uma situação que outros meus camaradas assumiam e mesmo iniciavam, ainda enviados de Portugal (…) 

Terminámos inquietos, mas conscientes do nosso esforço, da nossa participação, esperançados de que, passada a tormenta, melhores dias viriam, e que as relações de Portugal e Moçambique, enquanto países iguais, seriam no futuro promissoras e fraternais.“ 


O Autor: 
“ANICETO AFONSO
O autor é coronel do Exército, na situação de Reforma. Natural de Vinhais, fez comissões militares em Angola (1969-1971) e em Moçambique (1973-1975). Foi membro do Movimento dos Capitães em Moçambique e integrou a Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas neste território desde o 25 de Abril até à independência, em 25 de Junho de 1975.

Concluiu a licenciatura em História 1980 e o Mestrado em História Contemporânea de Portugal em 1990, na Faculdade de Letras de Lisboa. É sócio fundador da Associação 25 de Abril, membro da Comissão Portuguesa de História Militar e investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.

Tem publicado artigos e livros relacionados com a Grande Guerra e a Guerra Colonial, sendo de destacar uma memória sobre o período anterior ao 25 de Abril em Moçambique (‘O MEU AVÔ AFRICANO’, Lisboa, Casa das Letras, 2009) que estabelece ligação com livro que agora apresenta, ‘O MFA EM MOÇAMBIQUE - Do 25 de Abril à independência’.“ 



Do ÍNDICE: 

Abertura 
Nota do autor 
PREFÁCIO, por Jorge Sales Golias (Coronel de Transmissões na Reforma) 

1. - O João 
2. - A revolução ainda nem começou 
3. - Primeira carta às comissões regionais do MFA 
4. - Nampula, primeira reunião 
5. - A declaração da FRELIMO 
6. - O Boletim de notícias da imprensa estrangeira 
7. - O Governador-Geral 
8. - O Programa do MFA 
9. - Reunião com o general 
10. - Primeira carta ao MFA de Lisboa 
11. - Um membro da Junta de Salvação Nacional em Nampula ! 
12. - MFA e Forças Armadas 
13. - Organização do MFA 
14. - Os capitães e a questão colonial 
15. - A divisão do MFA 
16. - Uma reunião do Movimento 
17. - Nova visita do general Costa Gomes 
18. - Mensagem a todos os elementos do MFA 
19. - Pontos a considerar 
20. - Grupo de Trabalho Conjunto 
21. - Os capitães 
22. - Que fazer com este poder ! 
23. - O 25 de Abril e a guerra em Moçambique 
24. - O que fazer com a DGS ? 
25. - Continuar a guerra ? 
26. - Libertação dos presos 
27. - A situação em Moçambique 
28. - Perplexidades ! 
29. - África do Sul e Rodésia 
30. - Comissão Ad-Hoc para a comunicação social 
31. - A guerra acabou ? 
32. - O Coronel Meneses 
33. - As nossas certezas 
34. - MFA - mediador de conflitos 
35. - Os empresários e as empresas 
36. - À procura do inimigo 
37. - Ainda a PIDE/DGS 
38. - Estruturar o MFA 
39. - O mundo do trabalho 
40. - Os Democratas de Moçambique 
41. - O MFA e os órgãos de informação 
42. - À procura da paz 
43. - Um Governo Provisório para Moçambique 
44. - O MFA não pode descansar 
45. - MFA, partido político ? 
46. - Um boletim fora do tempo
47. - Debates em Nampula (1) 
48. - Debates em Nampula (2) 
49. - Uma agenda para Lisboa 
50. - Moçambique - onde está o MFA ? 
51. - Moçambique - o MFA democratiza-se 
52. - A revolta da Companhia 
53. - Reconhecer os direitos dos povos 
54. - Acabou o tempo do silêncio 
55. - As conversações com a FRELIMO 
56. - Para ver se entendem 
57. - Evitar o caos 
58. - À procura do cessar-fogo ! 
59. - O único caminho 
60. - Cessar-fogo, a grande questão 
61. - Uma nota de Abertura 
62. - O MFA na Força Aérea 
63. - Folha de um diário 
64. - Uma mensagem oportuna 
65. - A justiça e a PIDE 
66. - A última mensagem 
67. - Uma conversa Lisboa-Lourenço Marques 
68. - Análise da situação. Outra página do diário 
69. - Esclarecer as populações 
70. - Visita de uma delegação do MFA de Lisboa 
71. - Podemos falar 
72. - Contactos com a FRELIMO 
73. - Omar, um caso triste 
74. - A guarnição de Mueda pronuncia-se 
75. - Informar Lisboa mais uma vez 
76. - Um exemplo de agitação social 
77. - Ponto de situação em Agosto 
78. - O último plenário do MFA no Moçambique - colónia 
79. - Conversas 
80. - Ainda o Plenário de Nampula 
81. - Na véspera das negociações 
82. - Conversações de Lusaka - Comunicado do MFA 
83. - Do 25 de Abril ao 7 de Setembro 
84. - Um duro golpe 
85. - Uma mensagem para à FRELIMO 
86. - O Acordo de Lusaka 
87. - Mensagem de Samora Machel 
88. - Derrotar os golpistas 
89. - A chegada da FRELIMO 
90. - Na hora da decisão 
91. - O Acordo de cessar-fogo 
92. - Transportar a FRELIMO para o interior 
93. - O regresso dos prisioneiros 
94. - O Governo de Transição 
95. - A Comissão Militar Mista 
96. - Tropas locais 
97. - MFA em Moçambique - extinção ou reestruturação ? 
98. - O dilema do João 
99. - Acompanhar a transição 
100. - As directivas do Alto Comissário 
101. - Grupo de trabalho do Alto Comissário 
102. - Um novo MFA 
103. - As directivas do MFA 
104. - Esclarecer a população 
105. - Militares regressam a Portugal 
106. - Aquino de Bragança 
107. - Os acontecimentos de 21 de Outubro 
108. - Moçambique quer paz 
109. - MFA - uma reflexão 
110. - Novas directivas do MFA 
111. - Um Documento 
112. - Um Relatório de despedida 
113. - Reunião do MFA em Lourenço Marques 
114. - Um boletim do MFA em Moçambique ? 
115. - Um plenário de três dias 
116. - Implantação política da FRELIMO no sul 
117. - Uma reunião de alto nível 
118. - Funcionários públicos 
119. - Continuação da PSP em Moçambique 
120. - Pontos de situação final 
121. - Reunião final do MFA de Moçambique 
122. - O regresso do João 
123. - O dia da independência 

Índice Onomástico 


Preço: 52,50€; 

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