'CONTAGEM DECRESCENTE'
De Nogueira Baptista
Paz Editor
Lisboa 2004
Livro com 366 páginas e em muito bom estado de conservação. Excelente.
De muito difícil localização.
MUITO RARO.
O autor, militar do exército português, destacado para cumprir o serviço militar na antiga colónia de Angola, colocado no distrito de Cabinda, então integrado naquela ex-província ultramarina, narra as suas actividades em defesa da integridade das fronteiras, ameaçadas a partir do Zaire e da República do Congo pelos guerrilheiros da FNLA e do MPLA.
Os acontecimentos relatados de forma pormenorizada e nua e crua, passaram-se nos inícios da década de setenta do século passado, numa das zonas onde o exército português sofreu mais baixas, causadas quer por embiscadas, quer pelo rebentamento de minas anti-carro.
Da badana:
“Começara a contagem decrescente. Toda a Companhia respondeu a chamada. Não faltou ninguém. Desvaneceu-se a dúvida sobre a hipótese de aparecerem desertores, o que parece ter deixado todos muito mais confiantes e aliviados. É sempre bom saber que estamos unidos e solidários, sentimento tão fantástico que provoca uma convulsão. A ideia de Portugal e dos portugueses tomara conta de todos e mantinha-nos unidos na missão que nos tinha sido atribuída.”
Da contra-capa:
"A partir desse dia tudo se transformou numa contagem decrescente:
- para a partida do que ia ser a 'Viagem dos Descobrimentos', ruma à guerra que lavrava na província de Angola;
- Pra a subtracção dos dias de comissão militar que separavam do regresso os que iam sobreviver;
- Para a desagregação do Império Português cujo calend´rio da descolonização há muito havia terminado;
- Para a queda do Estado Novo dos professores Salazar e Caetano."
“Marcha lenta, madrugada inacabada, suspensa de um capacete de cacimbo, mais companheiro do que o descomprometido sol.
Depois do Caxito a passagem por cada povoação era assinalada pela população com entusiasmo, crianças a saltar, levantamento de braços em saudação, soldados a erguerem-se e a retribuir com gestos de abraços e apertos de mão.
Ucua, Santa Filomena, Piri, a ponte do rio Dange, Quissala, Vista Alegre, Aldeia Viçosa, Quitexe, um itinerário de terror em Marco de 1961, onde a população branca e sipaios foram chacinados ou escorraçados. Em cada uma delas levantei-me e de braço armado quase jurei que isso não se voltaria a repetir enquanto ali estivéssemos. Quase senti um resfriamento. Não devemos fazer promessas que não temos capacidade para cumprir. Não é honesto fazer uma promessa cuja probabilidade de incumprimento é muito grande.“
O Autor:
O Autor nasceu em Paços da Serra, concelho de Gouveia e reside no concelho de Cascais.
Foi combatente em Angola - Cabinda, entre 1971 e 1974.
É licenciado em Gestão de Empresas e Professor do Ensino Superior.
Presentemente é um empresário que tem paixão pela escrita e reflexão.
Do ÍNDICE:
Dedicatória
- Guerrilha e descolonização
- IAO (Instrução e Aperfeiçoamento Operacional)
- A viagem dos Descobrimentos
- Luanda - Grafanil
- Viagem para norte
- Chimacongo
- Reconhecer a ZO
- Décima sexta intervenção
- O descuido e o drama
- Revolver, escrever e futurar
- Psico e tudo mais
- Abaixo a guerrilha - Viva o SPM
- Um ano depois
- A semana de 10 de Junho
- O apelo da Universidade
- Férias em Luanda
- Desunião crítica
- Exame ao abrigo da Lei Militar
- Ansiedade pelo regresso
- a ruptura política
- A grande ofensiva do MPLA
- A peluda
- Lisboa
- 16 de Março de 1974
- 25 de Abril de 1974
Siglas
Preço: 37,50€;



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